Fonte:Jornal A Tarde
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1252543
10/10/2009 às 20:07
Emprego: saiba como se destacar em entrevistas para conquistar uma vaga
Rodrigo Vilas Bôas | A Tarde
Haroldo Abrantes | Ag. A Tarde
Durante a seleção, o candidato deve pedir informações ao recrutador sobre a vaga ofertada
Friozinho na barriga, mãos suadas, aumento de apetite e até mesmo insônia são, às vésperas de uma seleção de emprego, alguns dos sintomas de ansiedade que os candidatos apresentam. De forma ou de outra, é preciso não só controlar as emoções. Mais que isso, é importante saber de que forma proceder para se destacar no processo seletivo.
É justamente o que mostra uma recente pesquisa do Korn/Ferry Institute, referência mundial em recrutamento, desenvolvimento de talentos e lideranças. O estudo traça as atitudes dos candidatos mais notadas pelos recrutadores, além de trazer dicas de como se portar na disputa por uma vaga.
Antes de qualquer entrevista, sugere a pesquisa, é de extrema importância exercitar respostas para questões que podem surgir durante a conversa. “O segredo está em demonstrar segurança e conforto em exercitar a concisão”, diz Sérgio Averbach, presidente da Korn/Ferry na América do Sul.
Prática - O recomendável é que o candidato saiba, com bastante firmeza, falar sobre as ações que implementou nas empresas pelas quais passou, relatar de que forma se relacionava com os colegas diante de opiniões conflitantes e mencionar as atividades que exercia.
“Sugiro que ele pratique as respostas com um amigo ou alguém próximo que conheça sua trajetória profissional. Assim, será possível receber o feedback necessário e ajustar o seu discurso, suas falhas”, completa o dirigente da Korn/Ferry.
A psicóloga Renata Castello Branco, diretora técnica e executiva da Excelência Consultoria Recursos Humanos, salienta que é importante falar com propriedade das conquistas, vitórias e resultados positivos alcançados em outras empresas.
Da mesma forma, ela considera necessário aprender a falar sobre questões relacionadas às falhas cometidas em experiências anteriores. “Não devemos negá-las. E, sim, demonstrar maturidade em reconhecê-las e disponibilidade para mudar, evoluir”, frisa.
Questionamentos - Da teoria à prática, existe um longo caminho a ser percorrido. Otávio Santana, consultor da Ânima – Desenvolvimento Empresarial, empresa especializada em recrutamento e seleção de pessoal, em Salvador, observa que, durante a seleção, convém ao candidato se informar sobre a empresa, o cargo oferecido, o horário de trabalho, o salário e os benefícios.
“Nem sempre são informações ditas pelo recrutador. Por isso, recomendo que esses questionamentos sejam feitos. Perguntar, de forma cortês, sutil, não é problema algum. Aliás, isso interfere no comportamento do candidato, faz até mesmo ele aceitar ou desistir da vaga”, diz.
Conforme a psicóloga Renata Castello Branco, esses questionamentos podem, inclusive, revelar autoestima e valorização própria do candidato, atitudes apreciadas no perfil de um profissional.
Aliás, conforme a pesquisa, o candidato deve manter-se conectado ao entrevistador, opinando e contribuindo com a discussão. “Além de responder, ele deve perguntar. A entrevista não pode ser unilateral”, frisa o presidente do Korn/Ferry Institute.
Um dos principais erros cometidos, avalia o consultor da Ânima, é não responder corretamente às perguntas feitas pelo recrutador. “Existe falha na comunicação. E, ainda, é comum escolher palavras que não são condizentes com o momento, a exemplo das gírias.”
Além disso, adverte, deve-se evitar palavras rebuscadas e respostas que denotam insegurança, como “mais ou menos”, “talvez”, “acho que sim” e “não sei bem ao certo”.
O economista Ângelo Vila Nova, 34, por exemplo, pode não ter se saído bem em um processo seletivo por demonstrar insegurança. “Fiquei nervoso, gaguejei e ainda não respondi às perguntas feitas pela psicóloga. Dei respostas curtas. Faltou objetividade”, reconhece.
Cuidados - Outros cuidados que devem ser tomados é com a roupa usada e a maneira de se dirigir ao selecionador. Nada de decotes e nem de olhar para ele de forma evasiva. “Olhos nos olhos. O corpo e os gestos falam”, avisa Santana.
Cuidado também ao demonstrar interesse pela vaga, através de expressões do tipo “eu morro pela empresa”, “eu visto a camisa”, “o importante não é o salário”, “trabalho o tempo que for preciso”. Do mesmo jeito, o recrutador não é uma pessoa íntima. “Para ser ‘simpático’, não se deve chamá-lo de ‘meu amigo’ ou ‘meu querido’”, continua o consultor da Ânima.
“O importante é mesclar espontaneidade com estratégia. Deve-se evitar usar termos que exaltam demais a conduta e denotam ‘estrelismo’ ou até mesmo falta de humildade”, pondera Renata Castello Branco.
E nada de falar mal de uma empresa do currículo ou de uma chefia. “Se o recrutador questionar o porquê de seu desligamento, opte por dizer, por exemplo, que a gestão não lhe agradava, sem entrar em detalhes”, aconselha Otávio Santana.
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